quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Destaques: Roseni Kurányi, escritora brasileira residente na Alemanha.

Por Celso Salles,
office@educasat.com.br

Há praticamente uma semana do início da Feira Saberes Criativos em Viena - Áustria, iniciamos a divulgação dos vários autores que estarão presentes no Evento. Começamos por Roseni Kuraánui.
(Fonte: Web Site: www.roseni-kuranyi.com)
Roseni Maria Feliciano Kurányi (roseni_kuranyi@msn.com) é brasileira natural de Petrópolis - RJ e reside em Stuttgart, Alemanha, desde 1997. Embora tenha estudado Psicologia e fotografia, nos últimos anos vem se dedicando exclusivamente à atividade literária, voltada especialmente para o público infantil, mas também com incursões em outros gêneros.
Os trabalhos ilustrados "Sexta-Feira 13" e "O Menino que Queria Viver na Floresta" publicados em 2005, marcaram sua estréia nesse mercado, alcançando ressonância não só no Brasil como também na Alemanha e Suíça. No Brasil, mais exatamente em Petrópolis e Rio de Janeiro, o engajamento da autora em projetos culturais rendeu adaptação de um dos livros para a peça de teatro fantoches, encenada pelos alunos da Escola Pró-Criar. Em 2008, lançou oficialmente sua nova publicação "O Burrinho Azul" em Petrópolis, RJ.
Desde a publicação dos primeiros trabalhos, Roseni produziu vários manuscritos, entre os quais “O Mago das Sete Pedras”, que foi traduzido para o alemão, e antes mesmo de ser publicado, foi transformado em roteiro e virou peça de teatro, encenado em uma escola em Stuttgart.
Atualmente Roseni prepara seu mais novo romance para adolescentes “Tardes de outono” que trás a questão do uso de drogas na adolescência.
No Romance, a protagonista de classe media alta, Mariana tem contato com drogas no dia da festa de seu aniversario de quinze anos. O desejo da garota de se mostrar adulta e experiente para o rapaz de seus sonhos a faz cometer loucuras e a leva para um mundo completamente marginal. O romance que já está no prelo, fala das fases da adolescência, drogas, violência e a importância da família.



Em seguida apresentamos uma interessante entrevista que Roseni concedeu a "ACIMA" - Associação Cultural Mandala - Itália.

Link da Matéria Original:
http://acimamandala.blogspot.com.br/2013/01/acima-entrevista-roseni-kuranyi.html

A “A.C.I.M.A.” – Associação Cultural Internacional Mandala, sediada na Itália, desde 2011está realizando o mapeamento dos artistas brasileiros residentes no exterior. Este projeto “Vitrine do Artista Brasileiro no Exterior” abraça a arte e a cultura dos povos migrantes em todas as suas formas e manifestações – sejam elas, musicais, literárias, teatrais, artes plásticas, cinema, dança, fotografia, folclore, enfim, todas as expressões artísticas brasileiras.

A.C.I.M.A. – Bem vinda Roseni Kurányi! Primeiramente, gostaríamos de saber um pouco sobre você: Sua terra natal? Onde vive atualmente e o motivo que lhe impulsionou a viver fora do Brasil?
Roseni Kurányi – Sou de Petrópolis RJ. Cidade Imperial, turística. Fria no inverno e um verão maravilhoso. Há quinze anos vivo em Stuttgart - Alemanha, com o meu marido e nossos filhos. Meu marido veio a trabalho, e assim, o acompanhamos. Tranquei a minha matricula na universidade (cursava psicologia), e imaginei voltar no máximo em três anos, e os anos, voaram...

A.C.I.M.A. – Como foi sua adaptação e quais as maiores dificuldades que encontrou no exterior? Maiores alegrias? Contou com o apoio de alguma organização que auxilia os imigrantes brasileiros?
Roseni Kurányi – Quando cheguei na Alemanha, em dezembro de 1997, pensei: “Ah, isso aqui não é outro mundo não”. Claro, curti a neve com as crianças; a atmosfera natalina, como nos filmes; conhecíamos as cidadezinhas nos finais de semana e acima de tudo, tirava fotos e fotos para mandar para os parentes e amigos. Enfim, a época do turismo acabou, e aí, veio o idioma; a mentalidade; os costumes; e de novo o famoso frio.
Na verdade, penso que na maioria dos casos a adaptação è lenta, mesmo quando nós brasileiros sorrimos o tempo todo, e as pessoas dizem: “Nossa ela (e) se adaptou rápido!”, não è bem assim!  Ao meu ver, a maior dificuldade é interna, íntima e muito pessoal. São coisas aparentemente pequenas do dia a dia que dificultam a adaptação, certas vezes são detalhes que se contarmos para o outro pareceria ridículo.
Uma das primeiras coisas que fiz em Stuttgart logo que cheguei, foi estudar o idioma alemão. Vim com duas crianças, e durante o dia meu marido saía para o trabalho. Não podia me imaginar numa situação de emergência sem saber explicar o que estava acontecendo. E confesso, pra mim, a alegria de cada dia sentir que estava entendendo mais e mais a língua foi muito gratificante. Essa é talvez a questão mais importante da adaptação do estrangeiro: APRENDER O IDIOMA

A.C.I.M.A. – Como e quando se dá o seu primeiro contato com a escrita? Sobre qual tema você escreve? De onde vem as inspirações para suas obras literárias?
Roseni Kurányi – Na verdade escrever era apenas um hobby. Quando me mudei, deixei no Brasil meus estudos (Psicologia), e quando cheguei na Alemanha estudei muito, também para ingressar na Universidade e terminar a faculdade, mas na minha cidade Stuttgart, que tem tudo, não tinha a faculdade que eu sonhava fazer, e em outra cidade, com duas crianças em casa seria complicado e até impossível para o momento. Foi quando me vi uma simples dona de casa.
Eu que já escrevia muito para os meus filhos, passei a fazer isso com mais intensidade. Mergulhava no mundo da fantasia, para tirar a tristeza de não estudar me alegrava por produzir algo para eles. Até que, dois anos após minha chegada, numa reunião de escola do meu filho, a professora dele disse que ele contou que eu era uma escritora, e contava algumas de minhas histórias na escola. Achei incrível, meu filho já me via como escritora, enquanto eu, cega, mergulhada na busca, querendo saber quem eu era naquele mundo tão diferente. Foi indescritível ouvir aquelas palavras da professora. Voltei pra casa, tirei da gaveta tudo que eu tinha escrito (à mão) e comecei a revisar tudo. Comprei um lep top e fui passando as histórias pra ele. Um dia, sem falar pra ninguém, mandei duas histórias infantis e um romance para uma pessoa em São Paulo corrigir, ele disse que eu já era uma escritora de literatura infantil. E essa mesma pessoa (que eu até hoje não conheço pessoalmente) me indicou a uma editora, que de uma só vez editou duas histórias minhas, “Sexta-feira 13”, “O Menino que queria viver na floresta”, (e me pagaram por elas).

A.C.I.M.A. – Qual foi a pessoa que primeiramente acreditou em seu talento? E qual outra linguagem da Arte tem o seu interesse?
Roseni Kurányi – Desde cedo eu já era uma contadora de histórias. Aprendi com o meu pai, que também criava histórias para contar para nós, os filhos. Quando cresci, eu criava contos pra criançada da vizinhança, para os sobrinhos e filhos. Na Alemanha fiz isso com mais intensidade, e meu filho Rômulo deu o nome disso de escritora. Foi ele a primeira pessoa que me viu dessa forma. Eu cresci ouvindo música em casa e cantando muito ao som do violão do meu irmão William. Também amo as artes plásticas. Meu marido e meu filho pintam bastante, minha casa é cheia dos quadros deles.

A.C.I.M.A. – Como você divulga o seu trabalho? O que você acha que seria prioritário fazer para divulgar o trabalho dos artistas brasileiros que vivem no exterior?
Roseni Kurányi – Dos meus seis livros publicados no Brasil (quatro infantis e dois romances), tive a sorte de ter tido editoras que investiram neles. Não são editoras enormes, portanto, colaborar e trabalhar pessoalmente para ajudar na divulgação é muito importante. Como tenho livros infantis, as escolas particulares são importantes. Nelas se tem um público garantido, e fazer algum tipo de projeto é sempre bem vindo, afinal de contas, visita às escolas tem que ser bom para os dois lados.
Na Europa, se o livro está em português é importante estar ligado a instituições e associações brasileiras como a de vocês (A.C.I.M.A) e também associações em cidades próximas de onde residimos. A união realmente faz a força. Prova disso foi a oportunidade de estarmos na Focus Brazil em Londres, que foi possível através do contato da A.C.I.M.A. Acho também importante a tradução do seu trabalho. O europeu é curioso e muitas vezes interessado em saber o que fazemos. Se não for um livro, traduza um conto, uma crônica e mostre numa associação internacional da sua cidade. Assim as pessoas vão ter uma ideia do seu trabalho. ABRA O LEQUE!

Continua... http://acimamandala.blogspot.com.br/2013/01/acima-entrevista-roseni-kuranyi.html

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